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Professor da Unemat expõe fotos sobre comunidades negras rurais quilombolas
As imagens são fruto do Projeto “História e Memória: comunidades negras rurais no município de Pocon
Professor da Unemat expõe fotos sobre comunidades negras rurais quilombolas
11/04/2007 16:43:14
por Coordenadoria de Comunicação Social
Exposição mostra diversidade étnica, cultural e ambiental de quilombolas de MT
Exposição mostra diversidade étnica, cultural e ambiental de quilombolas de MT

Professor do campus da Universidade do Estado de Mato Grosso em Cáceres expõe fotografias sobre comunidades negras rurais de Mato Grosso no 1º Encontro de Segurança Alimentar Quilombolas/MT, realizado no Auditório da Unemat em Barra do Bugres, na última semana.

Cerca de 40 imagens mostram um pouco da cultura e hábitos das comunidades negras rurais de Campina de Pedra e Capão Verde, ambas no município de Poconé. Os registros retratam a diversidade ambiental, étnica e de formas produtivas, caracterizada tanto por atividades extrativistas quanto pela presença da agroindústria. Os cliques revelam também momentos de encontros e reafirmação comunitária, como festas, igreja e escolas. “Combato a visão equivocada de que existiria homogeneidade nos quilombolas. Na prática não são sociedades fechadas. São marcadas pela heterogeneidade e também pela mestiçagem”, explica o pesquisador Antônio Eustáquio Moura.

A exposição é uma seleção das 1.500 fotografias tiradas ao longo da realização do projeto de pesquisa “História e memória: comunidades negras rurais no município de Poconé”, entre 2003 e 2006, com financiamento da Unemat. “Num futuro próximo, esse material deve constituir o acervo sobre cultura e população afro-brasileira em Mato Grosso no Museu da Universidade em Cáceres”.

O rico material é um dos frutos do projeto que, dentre outras conquistas, possibilitou uma maior visibilidade às comunidades quilombolas de Poconé. “Muitos não sabiam ao menos que essas populações existiam e os próprios moradores, muitas vezes, não conheciam os direitos dos quilombolas, garantidos na Constituição de 1988 e em Lei de 1989”.

Com a conscientização, completa o professor Moura, “essas populações podem se organizar”. A preocupação agora, explica, “é articular ações que atendam as demandas e necessidades dessa população em longo prazo, superando iniciativas pontuais, que realmente busquem o desenvolvimento sustentável regional”. Nesse sentido, no Primeiro Encontro de Segurança Alimentar foi tirada comissão para preparar as ações buscando a formação da coordenação estadual das comunidades negras rurais quilombolas de Mato Grosso.

Só na região de Poconé, existem 30 comunidades negras rurais, reunindo cerca de 600 famílias que somam 3 mil pessoas. Para o “Projeto História e Memória” foram selecionadas duas comunidades para estudo de caso, apontando dados históricos, sócio-econômicos, culturais, além de revelar sua identidade: o que fazem, como vivem e as relações sociais existentes. E, se não são comunidades fechadas, com quem e em quais momentos têm contatos e relações de trocas com outros povos não necessariamente negros. Além do professor Moura, participaram do projeto: Otávio Ribeiro Chaves e Marli Auxiliadora da Almeida.

Danielle Tavares- Coordecom/Unemat

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